domingo, 24 de junho de 2018

Momento de reflexão

Nascimento de Saõ João Baptista - Solenidade


São Máximo de Turim (?-c. 420)


Bispo

Sermão 99; PL 57, 535

«Ele deve crescer e eu diminuir» (Jo 3,30)

Com razão pode João Batista dizer de Nosso Senhor: «Ele deve crescer e eu diminuir» (Jo 3,30), porque ainda hoje tem lugar o que essa afirmação nos diz; com efeito, os dias começam a crescer quando nasce o nosso Salvador, e a diminuir quando João nasce […], ou seja, o dia fica mais comprido logo que nos nasce o Salvador, e mais pequeno quando nasce o último dos profetas, pois está escrito: «A Lei e os Profetas subsistiram até João» (Lc 16,16). Era pois inevitável que a observância da Lei mergulhasse nas trevas no momento em que começasse a brilhar a graça do Evangelho, e que às profecias do Antigo Testamento se sucedesse a glória do Novo. […] Diz ainda o evangelista a propósito do Senhor Jesus Cristo que Ele «era a Luz verdadeira que […] a todo o homem ilumina» (Jo 1,9). […] Foi no momento em que a duração da noite ultrapassava a do dia que, de repente, a vinda do Senhor projetou todo o seu esplendor; e se o seu nascimento afastou dos homens as trevas do pecado, a sua vinda pôs fim à noite e trouxe-lhes a luz do dia claro. […] De João, o Senhor diz que é uma lâmpada: «João era uma lâmpada ardente e luminosa» (Jo 5,35). Ora, a luz da lâmpada empalidece quando começam a brilhar os primeiros raios do sol; a sua chama perde força, vencida pelo esplendor duma luz muito mais radiosa, e qual será o homem sensato que quererá servir-se duma lâmpada em sol aberto? […] Da mesma maneira, quem estará disposto a receber o batismo de arrependimento de João (Mc 1,4), quando o de Jesus lhe traz a salvação?


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