sábado, 2 de junho de 2018

Momento de reflexão


Domingo IX do Tempo Comum

Santo Hilário (c. 315-367), bispo de Poitiers, doutor da Igreja 
Tratado sobre o Salmo 91, 3

Todas as coisas são recriadas pelo Filho a cada dia, visto que o Pai tudo opera pelo Filho


Em dia de sábado, era imposto a todos, sem exceção, que não fizessem qualquer trabalho e que o próprio descanso decorresse em perfeita inatividade. Porque foi então que o Senhor violou a norma do sábado? [...] Na verdade, como são grandes as obras de Deus, que sustenta os céus, fornece luz ao sol e a todos os astros, faz crescer as plantas da terra e conserva a vida aos homens. [...] Sim, tudo o que existe na terra e debaixo do céu fica a dever-se a Deus Pai; tudo vem de Deus e tudo existe pelo Filho. Com efeito, Ele é a cabeça e o princípio de tudo; n'Ele tudo foi criado (Col 1,16-18). E foi da sua plenitude que, por iniciativa do seu eterno poder, Ele tudo criou. 

Ora, se Cristo opera em tudo, é necessariamente pela ação daquele que opera em Cristo. É por isso que Ele diz: «o Meu Pai trabalha a cada momento e eu também trabalho» (Jo 5,17), porque tudo o que faz Cristo, Filho de Deus em quem o Pai habita, é obra do Pai. Assim, todas as coisas são recriadas pelo Filho a cada dia, visto que o Pai tudo opera pelo Filho. Por conseguinte, é diária a ação de Cristo e, no meu parecer, as leis da Natureza, as formas dos corpos, o desenvolvimento e o crescimento de tudo o que existe são manifestações dessa mesma ação.

Leituras do dia


Domingo IX do Tempo Comum

Livro de Deuteronómio 5,12-15. 
Eis o que diz o Senhor: «Guarda o dia de sábado, para o santificares, como te mandou o Senhor, teu Deus.
Trabalharás durante seis dias e neles farás todas as tuas obras.
O sétimo, porém, é o sábado do Senhor, teu Deus. Não farás nele qualquer trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu escravo, nem a tua escrava, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem nenhum dos teus animais, nem o estrangeiro que mora contigo. Assim, o teu escravo e a tua escrava poderão descansar como tu.
Recorda-te que foste escravo na terra do Egito e que o Senhor, teu Deus, te fez sair de lá com mão forte e braço estendido. Por isso, o Senhor, teu Deus, te mandou guardar o dia de sábado».

Livro de Salmos 81(80),3-4.5-6ab.6c-8a.10-11ab. 
Aclamai a Deus nossa força, 
Aplaudi ao Deus de Jacob. 
Fazei ressoar a trombeta na lua nova 
e na lua cheia, dia da nossa festa. 

É uma obrigação para Israel, 
é um preceito do Deus de Jacob,
lei que Ele impôs a José,
quando saiu da terra do Egito. 

Ouço uma língua desconhecida:
«Aliviei os teus ombros do fardo 
e soltei as tuas mãos dos cestos;
gritaste na angústia e Eu te libertei.

Não terás contigo um deus alheio, 
nem adorarás divindades estranhas. 
Eu, o Senhor, sou o teu Deus, 
que te fiz sair da terra do Egito». 

2ª Carta aos Coríntios 4,6-11. 
Irmãos: Deus, que disse: «Das trevas brilhará a luz», fez brilhar a luz em nossos corações, para que se conheça em todo o seu esplendor a glória de Deus, que se reflete no rosto de Cristo. 
Nós trazemos em vasos de barro o tesouro do nosso ministério, para que se reconheça que um poder tão sublime vem de Deus e não de nós. 
Em tudo somos oprimidos, mas não esmagados; andamos perplexos, mas não desesperados; 
perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não aniquilados. 
Levamos sempre e em toda a parte no nosso corpo os sofrimentos da morte de Jesus, a fim de que se manifeste também no nosso corpo a vida de Jesus. 
Porque, estando ainda vivos, somos constantemente entregues à morte por causa de Jesus, para que se manifeste também na nossa carne mortal a vida de Jesus. 

Evangelho segundo S. Marcos 2,23-28.3,1-6. 
Passava Jesus através das searas num dia de sábado e os discípulos, enquanto caminhavam, começaram a apanhar espigas.
Disseram-Lhe então os fariseus: «Vê como eles fazem ao sábado o que não é permitido». 
Respondeu-lhes Jesus: «Nunca lestes o que fez David, quando teve necessidade e sentiu fome, ele e os seus companheiros? 
Entrou na casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu dos pães da proposição, que só os sacerdotes podiam comer, e também os deu aos companheiros». 
E acrescentou: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. 
Por isso, o Filho do homem é também Senhor do sábado». 
Jesus entrou de novo na sinagoga, onde estava um homem com uma das mãos atrofiada. 
Os fariseus observavam Jesus para verem se Ele ia curá-lo ao sábado e poderem assim acusá-l’O. 
Jesus disse ao homem que tinha a mão atrofiada: «Levanta-te e vem aqui para o meio». 
Depois perguntou-lhes: «Será permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la?». Mas eles ficaram calados. 
Então, olhando-os com indignação e entristecido com a dureza dos seus corações, disse ao homem: «Estende a mão». Ele estendeu-a e a mão ficou curada. 
Os fariseus, porém, logo que saíram dali, reuniram-se com os herodianos para deliberarem como haviam de acabar com Ele.