quarta-feira, 12 de março de 2014

A Quaresma




Para nós católicos a Quaresma é um tempo no qual Deus permite que possamos olhar para nós mesmos e a partir de nossos passos trilhar novos rumos para o céu. A tradição da Igreja afirma que esse tempo quaresmal é propício para se plantar o sacrifício para colher na pascoa a ressurreição. Esse é o fruto da quaresma!
Para que possamos viver bem esse tempo, é preciso focar nas penitências, desafios, provações, purificações deste tempo. Isso possibilita uma nova graça: a formação de um novo coração
Segundo a história da Igreja a quaresma é designação do período de quarenta dias que antecedem a ressurreição de Jesus Cristo, celebrada no domingo da Páscoa. Para isso iniciamos este tempo litúrgico na quarta-feira de cinzas e o concluímos na quinta-feira da Santa na Missa do ‘Lava-pés’. É o tempo do roxo, cor dos paramentos litúrgicos que revestem os altares, é o tempo da caridade, do auxilio aos mais necessitados.
Os nossos erros do dia a dia propiciam em nós a insegurança e leva-nos a agir de forma imatura, egocêntrica, individualista, onde um centralismo exacerbado nas coisas imediata tira-nos a possibilidade do dialogo com Deus e com o outro. A vivencia do sentido quaresmal devolve-nos a verdadeira justiça, impulsiona-nos para a felicidade e reaviva a nossa intimidade com Deus, isso é a pascoa!
E qual o segredo para buscar esse novo caminho? “fazendo tudo o que Ele nos disser” como Maria nos ensina no lugar bíblico das bodas de Caná. Buscando o silencio e guardando todas as coisas em nossos corações, fazendo memória do que passou com o intuito de mudar o que virá. É a experiência de um exercício espiritual.
Uma provocação nos leva a refletir na importância deste tempo: Se a quaresma é um tempo de trilhar novos rumos, estou eu preocupado em traçar uma nova direção na minha vida? Posso eu esperar encontrar um novo rumo em meio á agitação do dia a dia? Esses novos caminhos levam-me em direção ao outro? Essa direção é o caminho que de fato me faz feliz? Fica ai uma dica para iniciarmos bem a 1ª sema na quaresma através do silencio, no questionamento, na contemplação e oração!
Quinta-feira da 1ª da Quaresma
13-03-2013

Foto: Quinta-feira da 1ª da Quaresma 
13-03-2014

Liv Tylerro de Ester 14,1.3-5.12-14.  

Naqueles dias, a rainha Ester, tomada de angústia mortal, procurou refúgio no Senhor 
e fez esta súplica ao Senhor, Deus de Israel: «Meu Senhor, nosso único Rei, vinde socorrer-me, porque estou só e não tenho outro auxílio senão Vós 
e corre perigo a minha vida. 
Desde criança, ouvi dizer na minha tribo paterna que Vós, Senhor, escolhestes Israel entre todos os povos e os nossos pais entre os seus antepassados, para serem a vossa herança perpétua, e cumpristes tudo o que lhes tínheis prometido.
Lembrai-Vos de nós, Senhor, e manifestai-Vos no dia da nossa tribulação. Fortalecei-me, Rei dos deuses e Senhor dos poderosos. 
Ponde em meus lábios palavras harmoniosas, quando estiver na presença do leão, e mudai o seu coração, para que deteste o nosso inimigo e o arruíne com todos os seus cúmplices. 
Livrai-nos com a vossa mão; vinde socorrer-me no meu abandono, porque não tenho ninguém senão Vós, Senhor». 

Livro de Salmos 138(137),1-2a.2bc-3.7c-8.  
Dou-te graças, Senhor, de todo o coração, 
na presença dos poderosos te hei de louvar. 
Inclino-me voltado para o teu santo templo, 
e louvarei o teu nome, 

pela tua bondade e pela tua fidelidade, 
porque foste mais além das tuas promessas.  
Quando te invoquei, atendeste-me 
aumentaste as forças da minha alma. 

e a tua mão direita me salva. 
O Senhor tudo fará por mim! 
Ó Senhor, o teu amor é eterno! 
Não abandones a obra das tuas mãos! 

Evangelho segundo S. Mateus 7,7-12.  

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Pedi, e ser-vos-á dado; procurai, e encontrareis; batei, e hão de abrir-vos. 
Pois, quem pede, recebe; e quem procura, encontra; e ao que bate, hão de abrir. 
Qual de vós, se o seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? 
Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente? 
Ora bem, se vós, sendo maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está no Céu dará coisas boas àqueles que lhas pedirem.» 
«Portanto, o que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles, porque isto é a Lei e os Profetas.»

Livro de Ester 14,1.3-5.12-14.
Naqueles dias, a rainha Ester, tomada de angústia mortal, procurou refúgio no Senhor
e fez esta súplica ao Senhor, Deus de Israel: «Meu Senhor, nosso único Rei, vinde socorrer-me, porque estou só e não tenho outro auxílio senão Vós
e corre perigo a minha vida.
Desde criança, ouvi dizer na minha tribo paterna que Vós, Senhor, escolhestes Israel entre todos os povos e os nossos pais entre os seus antepassados, para serem a vossa herança perpétua, e cumpristes tudo o que lhes tínheis prometido.
Lembrai-Vos de nós, Senhor, e manifestai-Vos no dia da nossa tribulação. Fortalecei-me, Rei dos deuses e Senhor dos poderosos.
Ponde em meus lábios palavras harmoniosas, quando estiver na presença do leão, e mudai o seu coração, para que deteste o nosso inimigo e o arruíne com todos os seus cúmplices.
Livrai-nos com a vossa mão; vinde socorrer-me no meu abandono, porque não tenho ninguém senão Vós, Senhor».


Livro de Salmos 138(137),1-2a.2bc-3.7c-8.
Dou-te graças, Senhor, de todo o coração,
na presença dos poderosos te hei-de louvar.
Inclino-me voltado para o teu santo templo,
e louvarei o teu nome,

pela tua bondade e pela tua fidelidade,
porque foste mais além das tuas promessas. 
Quando te invoquei, atendeste-me
aumentaste as forças da minha alma.

e a tua mão direita me salva.
O Senhor tudo fará por mim!
Ó Senhor, o teu amor é eterno!
Não abandones a obra das tuas mãos!



Evangelho segundo S. Mateus 7,7-12.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Pedi, e ser-vos-á dado; procurai, e encontrareis; batei, e hão de abrir-vos.
Pois, quem pede, recebe; e quem procura, encontra; e ao que bate, hão de abrir.
Qual de vós, se o seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra?
Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente?
Ora bem, se vós, sendo maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está no Céu dará coisas boas àqueles que lhas pedirem.»
«Portanto, o que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles, porque isto é a Lei e os Profetas.»
Quinta-feira da 1ª da Quaresma
13-03-2013
Foto: Quinta-feira da 1ª da Quaresma
13-03-2013
 
Comentário do dia 

 Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja 
Comentários sobre os Salmos: Salmo 37 (Ofício de Leitura de 6ª feira da 3ª semana do Advento) 

«Pedi, e ser-vos-á dado» 

Escuta o que diz [o Salmista]: «Diante de Vós, Senhor, estão os meus desejos» (Sl 37,10). Não estão diante dos homens, que não podem ver o coração, mas «diante de Vós, Senhor». […] Esteja o teu desejo sempre na sua presença; e o Pai, «que vê o [que está] oculto, há de retribuir-te» (Mt 6,4). Porque o teu desejo é a tua oração. Se o teu desejo for contínuo, contínua será também a tua oração. Não foi em vão que disse o Apóstolo: «Orai sem cessar» (1Tess 5,17). Será preciso, então, estar continuamente de joelhos, prostrados, de mãos erguidas, para obedecer a este preceito: «orai sem cessar»? Se é isso que entendemos por orar, julgo que não podemos orar sem cessar.

 Existe, porém, outra oração interior e contínua, que é o desejo. Nem que estejas ocupado a fazer outra coisa, se desejas o descanso eterno em Deus, não interrompes a oração. Se não queres interromper a oração, não interrompas o desejo. Se o teu desejo é contínuo, é contínua a tua voz. Calar-te-ás se deixares de amar. Quem é que se cala? Aqueles de quem foi dito: «Pela abundância da iniquidade resfriará o amor de muitos» (Mt 24,12). A frieza do amor é a mudez do coração, mas o fervor do amor é o clamor do coração. Se o amor permanece sempre (cf 1Cor 13,8), clamas sempre; se clamas sempre, desejas sempre; se desejas, recordas-te daquele descanso.

«Diante de Vós, Senhor, estão os meus desejos […] e não Vos são ocultos os meus gemidos» (Sl 37,10). […] A verdade é que, se permanece o desejo, permanece também o gemido. Nem sempre ele chega aos ouvidos dos homens, mas nunca deixa de chegar aos ouvidos de Deus.
Comentário do dia
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Comentários sobre os Salmos: Salmo 37 (Ofício de Leitura de 6ª feira da 3ª semana do Advento)

«Pedi, e ser-vos-á dado»
Escuta o que diz [o Salmista]: «Diante de Vós, Senhor, estão os meus desejos» (Sl 37,10). Não estão diante dos homens, que não podem ver o coração, mas «diante de Vós, Senhor». […] Esteja o teu desejo sempre na sua presença; e o Pai, «que vê o [que está] oculto, há-de retribuir-te» (Mt 6,4). Porque o teu desejo é a tua oração. Se o teu desejo for contínuo, contínua será também a tua oração. Não foi em vão que disse o Apóstolo: «Orai sem cessar» (1Tess 5,17). Será preciso, então, estar continuamente de joelhos, prostrados, de mãos erguidas, para obedecer a este preceito: «orai sem cessar»? Se é isso que entendemos por orar, julgo que não podemos orar sem cessar.

Existe, porém, outra oração interior e contínua, que é o desejo. Nem que estejas ocupado a fazer outra coisa, se desejas o descanso eterno em Deus, não interrompes a oração. Se não queres interromper a oração, não interrompas o desejo. Se o teu desejo é contínuo, é contínua a tua voz. Calar-te-ás se deixares de amar. Quem é que se cala? Aqueles de quem foi dito: «Pela abundância da iniquidade resfriará o amor de muitos» (Mt 24,12). A frieza do amor é a mudez do coração, mas o fervor do amor é o clamor do coração. Se o amor permanece sempre (cf 1Cor 13,8), clamas sempre; se clamas sempre, desejas sempre; se desejas, recordas-te daquele descanso.

«Diante de Vós, Senhor, estão os meus desejos […] e não Vos são ocultos os meus gemidos» (Sl 37,10). […] A verdade é que, se permanece o desejo, permanece também o gemido. Nem sempre ele chega aos ouvidos dos homens, mas nunca deixa de chegar aos ouvidos de Deus.