terça-feira, 11 de março de 2014










Excursão S. Bento da Porta Aberta

Para mais informações, contactar para os números no cartaz ou para o Agrupamento de Escuteiros nº 902 de Moreira da Maia (Clã 93)

Participe!!! Esperamos por si!!!









Quarta-feira da 1ª semana da Quaresma
12-03-2014




Comentário do dia
Afraates (?-c. 345), monge, bispo perto de Mossul
Exposições, nº 3 «Sobre o jejum»; SC 349

«O jejum que Me agrada é este:  libertar os que foram presos injustamente» (Is 58,6)
Os ninivitas jejuaram um jejum puro quando Jonas lhes pregou a conversão. […] Eis o que está escrito: «Deus viu as suas obras, como se convertiam do seu mau caminho e, arrependendo-Se do mal que tinha resolvido fazer-lhes, não lho fez» (Jn 3,10). Não se diz: «Ele viu a abstinência de pão e água, com saco e na cinza», mas: «Deus viu as suas obras, como se convertiam do seu mau caminho». Pois o rei de Nínive tinha falado e dito: «Converta-se cada um do seu mau caminho e da violência que há nas suas mãos» (v. 8). Foi um jejum puro e foi aceite. […]     

Pois, meu amigo, quando se jejua, a melhor abstinência é sempre a da maldade. É melhor que a abstinência de pão e água, melhor que o jejum «em que o homem se mortifica, curva a cabeça como um junco, deita-se sobre saco e cinza», como diz Isaías (58,5). Com efeito, quando o homem se abstém de pão, de água ou de qualquer outra comida, quando se cobre de saco e de cinza e se aflige, é amado, é belo aos olhos de Deus e é acolhido. Mas o que mais agrada a Deus é «libertar os que foram presos injustamente, livrá-los do jugo que levam às costas» (v. 6). Então, desse homem, diz-se: «a tua luz surgirá como a aurora. […] A tua justiça irá à tua frente, e a glória do Senhor atrás de ti. […] Serás como um jardim bem regado, como uma fonte de águas inesgotáveis» (v. 8-11). Ele não será como os hipócritas «que mostram um ar sombrio e desfiguram o rosto» (cf. Mt 6,16), para mostrar aos outros que jejuam.

 
Quarta-feira da 1ª semana da Quaresma
12-03-2014
 


 
 

Livro de Jonas 3,1-10.
A palavra do Senhor foi dirigida pela segunda vez a Jonas, nestes termos:
«Levanta-te e vai a Nínive, à grande cidade e apregoa nela o que Eu te ordenar.»
Jonas levantou-se e foi a Nínive, segundo a ordem do Senhor. Nínive era uma cidade imensamente grande, e eram precisos três dias para a percorrer.
Jonas entrou na cidade e andou um dia inteiro a apregoar: «Dentro de quarenta dias Nínive será destruída.»
Os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, ordenaram um jejum e vestiram-se de saco, do maior ao menor.
A notícia chegou ao conhecimento do rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou o seu manto, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza.
Em seguida, foi publicado na cidade, por ordem do rei e dos príncipes, este decreto: «Os homens e os animais, os bois e as ovelhas não comam nada, não sejam levados a pastar nem bebam água.
Os homens e animais cubram-se de roupas grosseiras, e clamem a Deus com força; converta-se cada um do seu mau caminho e da violência que há nas suas mãos.
Quem sabe se Deus não se arrependerá e acalmará o ardor da sua ira, de modo que não pereçamos?»
Deus viu as suas obras, como se convertiam do seu mau caminho, e, arrependendo-se do mal que tinha resolvido fazer-lhes, não lho fez.


Livro de Salmos 51(50),3-4.12-13.18-19.
Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade;  
pela tua grande misericórdia, apaga o meu pecado.
Lava-me de toda a iniquidade;
purifica-me dos meus delitos.

Cria em mim, ó Deus, um coração puro;
renova e dá firmeza ao meu espírito.
Não me afasteiss da vossa presença,
nem me privais do vosso santo espírito!

Não te comprazes nos sacrifícios
nem te agrada qualquer holocausto que eu te ofereça.
O sacrifício agradável a Deus é o espírito contrito;
ó Deus, não desprezes um coração contrito e arrependido.



Evangelho segundo S. Lucas 11,29-32.
Naquele tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus e Ele começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não lhe será dado sinal algum, a não ser o de Jonas.
Pois, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o será também o Filho do Homem para esta geração.
A rainha do Sul há-de levantar-se, na altura do juízo, contra os homens desta geração e há-de condená-los, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; ora, aqui está quem é maior do que Salomão!
Os ninivitas hão-de levantar-se, na altura do juízo, contra esta geração e hão-de condená-la, porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; ora, aqui está quem é maior do que Jonas.»

Catecismo da Igreja Católica - Sacramentos

Catecismo da igreja catolica sacramentos
O Catecismo da Igreja Católica ensina que toda a vida litúrgica gravita em torno do sacrifício eucarístico e dos sacramentos. Eles são os sinais visíveis da graça invisível que Deus dispensa aos seus filhos, por meio da Igreja.
Serão apresentados os ensinamentos do Magistério da Igreja a respeito dos sete sacramentos, contidos na segunda parte do Catecismo da Igreja Católica.
Conheça mais profundamente os meios deixados por Deus para que cada um possa viver plenamente "este novo tempo, o tempo da Igreja".
O Catecismo da Igreja Católica é dividido em quatro partes: Credo Apostólico, Sacramentos, Dez Mandamentos e, por último, o Pai Nosso. Este texto introdutório é referente à segunda parte que se inicia no número 1066.
A ideia dos sacramentos encontra representação na figura da hemorroísa (Mc 5, 25-34), curada ao tocar a orla do manto de Jesus. Os sacramentos "são como que forças que saem do Corpo de Cristo para curar as feridas do pecado e para nos dar a vida nova do Cristo" (CIC 1116).
Os sacramentos são as formas que Jesus escolheu para distribuir ao longo da história, nas várias gerações cristãs, a graça santificante que brota da Sua Cruz, do Seu Corpo, quando do Seu lado aberto brotou sangue e água dali brotaram também os sacramentos. Concretamente é a chamada "economia sacramental". O Catecismo explica o termo da seguinte forma:
No Símbolo da Fé, a Igreja confessa o mistério da Santíssima Trindade e o seu "desígnio benevolente" sobre toda a criação: o Pai realiza o "mistério de sua vontade" entregando seu Filho bem-amado e seu Espírito para a salvação mundo e para a glória do seu nome. Este é o mistério de Cristo, revelado e realizado na história segundo um plano, uma "disposição" sabiamente ordenada que S. Paulo denomina "a realização do mistério" e que a tradição patrística chama de "Economia do Verbo Encarnado" ou "a Economia da Salvação" (1066)
No Antigo Testamento, houve o anúncio da vinda de um Messias. Os judeus esperavam que ele viesse e instaurasse novos céus e nova terra, pois a humanidade sobrevive neste mundo marcado pelo pecado e dominado pelo demónio (Gên 3).
No entanto, desde o início há também uma promessa divina. Deus diz: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar" (3, 15). Trata-se do primeiro anúncio da vinda de Jesus, pelo qual os profetas esperavam. A descendência da mulher aniquilará a serpente. E veio Jesus.
O grande escândalo dos judeus é que eles olharam para Jesus e perguntaram-se como pode ser Ele o Messias esperado se o mundo continua o mesmo, se a maldade persiste? Se a serpente continua viva? O messias deveria vir e fazer justiça, fazer novos céus e nova terra.
João Batista também se sentiu confuso. Estando preso, ouviu falar sobre os feitos de Jesus e lhe mandou um recado indagando: "És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?" (Mt 11,3) O que Jesus estava pregando, portanto, eram completamente assustador e novo para a mentalidade da época. Jesus responde :
"Voltem e contem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciada a Boa Nova. E feliz aquele que não se escandaliza por causa da mim" (11, 4-7)
Ora, partes dos sinais previstos estavam acontecendo. Mas outra parte não. O que não se sabia, contudo, era que a vinda do Messias seria em duas etapas.
O que não se sabia ainda era que a aquela vinda de Jesus não seria a última. A primeira seria de modo humilde, mas deixando claro que era o Messias prometido. No entanto, não realizou tudo. Jesus morreu, ressuscitou, subiu aos céus, enviou o Espírito Santo e inaugurou, assim, o chamado "tempo da Igreja", que não havia sido previsto pelos profetas do Antigo Testamento. Um tempo no qual se dá a "economia sacramental."
Trata-se de uma novidade, de algo inesperado. Cristo morreu na Cruz e com ela esmagou o inimigo. A sua vitória, aos olhos desavisados, é praticamente invisível, pois o mundo continua o mesmo, com guerras, maldades, doenças, morte, etc.
Contudo, apesar de a morte de Cristo na Cruz representar uma aparente derrota, ela é, na verdade, uma vitória, uma graça, pois, é a Igreja que brota do peito aberto de Cristo.
Esta é a novidade maior: Jesus não é somente o Messias, é o próprio Deus que se fez homem; é a união entre Deus e o homem. Um mistério denominado "união hipostática".
A economia sacramental, portanto, é a forma de o homem entrar em unidade com o Cristo. Simbolicamente, como Eva brotou do lado de Adão, também a Igreja brotou do lado de Cristo. Quando Adão dormiu, Deus fez Eva; quando Cristo dormia morto na cruz, Ele fez a Igreja.
Do peito aberto de Cristo brota um rio de água e de sangue, que significam a Eucaristia e o Batismo, os dois sacramentos principais que fazem da humanidade Corpo de Cristo.
O protestantismo, por sua vez, nada mais fez do que jogar fora a economia sacramental, pois não cria - e ainda não crê - que a Igreja possa ser instrumento de salvação nem na eficácia dos sacramentos. Em Lutero, esse processo não ocorreu plenamente, contudo, com esses pressupostos (sola gratia, sola fide), com o decorrer do tempo, a conclusão é de que os sacramentos nada fazem e que tudo depende da própria pessoa. Os pentecostais são um bom exemplo.
Infelizmente não foram somente os protestantes que se afastaram dos sacramentos. Muitos católicos também. Parece absurdo, mas muitos que se dizem católicos já não creem na eficácia dos sacramentos.
Pregadores transformam os sacramentos numa pedagogia naturalista, num psicologismo sem sentido. Para alguns deles, o batismo é para "tomar consciência da fé" e não para inserir a pessoa no Corpo de Cristo. Ele não perdoa pecados, não dá a graça santificante, é apenas uma tomada de consciência. Para outros, a Eucaristia é tão somente uma partilha. A confissão é tratada como uma espécie de sessão terapêutica gratuita, já não é mais um ato de arrependimento, de reconhecimento da própria miséria diante de Deus que derrama sobre cada um a sua infinita misericórdia, mas tão somente um momento para se livrar das próprias culpas.
A Igreja é o Corpo de Cristo, portanto, o sacramento universal, como diz o Concílio Vaticano II, através do qual a humanidade é salva. A fé é necessária, evidentemente, mas existem também sinais eficazes nos quais a graça santificante de Cristo é distribuída. Deste modo, em cada sacramento dispensado há um crescimento na graça santificante.
O Catecismo da Igreja Católica explica de modo muito claro o que é e como age a "economia sacramental":
No dia de Pentecostes, pela efusão do Espírito Santo, a Igreja é manifestada ao mundo. O dom do Espírito inaugura um tempo novo na "dispensação do mistério": o tempo da Igreja, durante o qual Cristo manifesta, torna presente e comunica sua obra de salvação pela liturgia de sua Igreja, "até que ele venha". Durante este tempo da Igreja, Cristo vive e age em sua Igreja e com ela de forma nova, própria deste tempo novo. Age pelos sacramentos, é isto que a tradição comum do Oriente e do Ocidente chama de "economia sacramental"; esta consiste na comunicação (ou "dispensação" dos frutos do Mistério Pascal de cristo na celebração da liturgia "sacramental" da Igreja. (1076)
Assim, o documento baseado no Catecismo da Igreja Católica tem por objetivo abordar o novo tempo e a nova forma de Deus salvar os homens através da Igreja, pela economia sacramental. 

Jesus e o demónio

Muitas pessoas sentem-se desconfortáveis ou até mesmo amedrontadas quando o assunto é Satanás e os seus demónios. Isso deve-se, talvez, à ajuda prestada pela literatura e pelo cinema que, com suas representações, envolveu com um ar de mistério e temor a existência de entidades demoníacas e sua ação no mundo. Em alguns casos, vemos atitudes de total aversão ao tema, e em outros, uma curiosidade que vai da mais simples até a mais obsessiva.
Para os católicos, a existência do Diabo e seus demónios é uma verdade de fé. Isso significa que, para aqueles que aderem à Igreja Católica Apostólica Romana, crer na existência dos demónios não é uma opção. Trata-se de condição sine qua non, ou seja, não há um meio de se dizer católico sem se crer naquilo que a Igreja crê e ensina: que Satanás e seus anjos existem e atuam no mundo de modo a perder as almas. Diante disso não há o que temer, pois estudar e entender os seres demoníacos acaba por ser uma importante arma para evitar as suas ciladas. Para tanto, o ponto de partida será a teologia dogmática e o ponto de chegada a teologia ascético-mística. Este documento, no seu decorrer, abordará questões basilares tais como a existência do demônio e suas ações para perder as almas (da tentação até a possessão, passando por todos os níveis dos ataques diabólicos).
O Catecismo da Igreja Católica, no número 391, traz uma citação do IV Concílio de Latrão: "Com efeito, o Diabo e outros demônios foram por Deus criados bons em (sua) natureza mas que se tornaram maus por sua própria iniciativa". Ora, eles foram criados bons por Deus, mas, livremente escolheram rejeitá-Lo. Assim, pecaram contra Deus de maneira irrevogável. Movidos pelo ódio e pela inveja agiram e continuam agindo para a perdição das almas dos homens. Até mesmo Jesus foi alvo das suas tentações. O Catecismo segue explicando:
A Escritura atesta a influência nefasta daquele que Jesus chama de "homicida desde o princípio" (Jo 8,44) e que até chegou a tentar desviar Jesus da missão recebida do Pai. "Para isto é que o Filho de Deus se manifestou: para desviar as obras do Diabo" (1Jo 3,9). A mais grave dessas obras, devido às suas consequências, foi a sedução mentirosa que induziu o homem a desobedecer a Deus. (CIC 394)
Os sinais que corroboram a crença perene da Igreja na existência de Satanás e seus demônios, podem ser verificados nos textos da Sagrada Escritura e nos documentos e escritos do Magistério e da Tradição. Embasada nestes três pilares, não há como negar que esta crença faz parte da essência da fé católica.
O Padre José Antonio Sayés Bermejo, um dos teólogos mais importantes da atualidade, com mais de quarenta obras publicadas de teologia e filosofia, escreveu o livro “O Demónio: realidade ou mito?”, publicado pela Ed. Paulus, ele explica que o Antigo Testamento praticamente não fala da existência de Satanás e dos seus demónios, mas que o Novo Testamento apresenta uma explosão sobre o tema. Considerando-se os vocábulos que dizem respeito ao demónio, satanás, possessões, etc., o Novo Testamento apresenta cerca de 511 referências.
Como explicar essa desproporção entre o Antigo e o Novo Testamento? A pedagogia divina. No início da história da salvação, Deus estabelece com Abraão uma aliança e pede que não haja outros deuses além Dele (Ex 20,3). Com o passar do tempo, ensina ao povo de Israel que não existem outros deuses além Dele e, por meio dos profetas, inaugura a luta para livrar Israel da idolatria.
Quando o povo de Israel aceitou Deus como "Criador" e entendeu que o Diabo e seus demônios são também “criaturas”, apareceram as primeiras referências a eles. Isso se deu na época dos escritos sapienciais. Já no chamado intertestamento, tempo em que se não se teve escritos canónicos, mas tão-somente apócrifos, tais como os Manuscritos de Qumram, o I Livro de Enoc e outros relatos da apocalíptica judaica, começaram as primeiras elaborações teológicas acerca do Diabo e os seus demónios.
Na plenitude dos tempos, quando Jesus veio ao mundo, nem todo o povo de Israel cria na existência de Satanás. Não era uma unanimidade de pensamento, como no caso dos saduceus que não criam de modo algum nos seres demoníacos. Portanto, é possível dizer que os teólogos modernos cometem um grave erro quando afirmam que a sociedade em que Jesus viveu possuía uma visão “mágica” das coisas e que Ele não se quis dar ao trabalho de desmitificar. Segundo inúmeros relatos, Jesus soube contrapor-se muito bem à mentalidade da época, sem nunca fazer concessões.
Segundo o Pe. Sayés, Jesus cria na existência do Diabo e, para comprovar essa afirmação, apresenta três critérios: 1. a múltipla atestação: são inúmeras as referências existentes nos Evangelhos que narram a ação de Jesus contra os demónios; 2. a questão da descontinuidade: o povo de Israel esperava um Messias político, que o libertasse da opressão dos romanos (quebrando esta expectativa, Jesus prega a conversão e o Reino dos Céus); 3. a identidade de Jesus.
Em relação ao segundo critério, Joachim Jeremias, famoso exegeta protestante que se especializou no estudo do Jesus histórico, é categórico ao afirmar que as três tentações de Jesus no deserto versam sobre o messianismo político. A primeira, que propõe transformar pedras em pães, pode ser interpretada como uma tentativa de induzir o Senhor Jesus a ser o “novo Moisés”, libertando o povo como Moisés libertou o povo do Egito; a segunda, como receber os reinos do mundo para governar; a terceira, como transformar-se numa espécie de "super-homem", realizando algo fantástico e, então, ser seguido por todos.
Todas tentações políticas. Essa espécie de sedução rondou Jesus durante todo o seu ministério, mas Ele sempre resistiu, apresentando o Reino dos Céus como uma realidade espiritual. Portanto, o seu inimigo era Satanás e os seus demónios, não César.
Interessante são as palavras de Jesus, na famosa passagem em que foi acusado pelos fariseus de expulsar demónios em nome de Belzebu. Esse fato foi narrado nos Evangelhos de Marcos e Lucas, e também no de Mateus, do qual transcrevemos:
Jesus e Beelzebu - Então trouxeram-lhe um endemoninhado cego e mudo. E ele o curou, de modo que o mudo podia falar e ver. Toda a multidão ficou espantada e pôs-se a dizer: “Não será este o Filho de Davi?” Mas os fariseus, ouvindo isso, disseram: “Ele não expulsa os demônios, senão por Beelzebu, príncipe dos demónios”.
Conhecendo os seus pensamentos, Jesus lhes disse: “Todo reino dividido contra si mesmo acaba em ruína e nenhuma cidade ou casa dividida contra si mesma poderá subsistir. Ora, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo. Como, então, poderá subsistir seu reinado? Se eu expulso os demónios por Beelzebu, por quem os expulsam os vossos adeptos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes. Mas se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demónios, então o Reino de Deus já chegou a vós. (12,22-28)
Trata-se de um texto evidentemente semítico e permeado de linguagem arcaica. Nisso, os exegetas veem um sinal claro de que se trata realmente de um fato histórico, novamente tomando por base o princípio da múltipla atestação. O reinado de Deus está intrinsecamente ligado ao combate contra Satanás, pois Jesus veio para romper a escravidão produzida pelo pecado para que Deus reine.
O terceiro critério citado pelo Pe. Sayés é a própria identidade de Jesus e a salvação que Ele veio trazer. Ela não se compreende sem se considerar a existência do Diabo e dos seus demónios. Jesus veio para livrar o homem do pecado, da morte e do Diabo. Esta realidade é tão presente no Novo Testamento que, se for retirada, tudo perde o seu sentido. É por isso que se constitui quase que uma traição ao Evangelho a tendência moderna de desmitologização do Novo Testamento encarnada por Rudolf Bultmann. Crer que Jesus Cristo não combateu a Satanás e os seus demónios é crer num Jesus diferente daquele narrado nos Evangelhos.
Jesus poderia ter dado aos fariseus qualquer outra resposta, até mesmo negando a existência de Beelzebu, já que não era uma crença unânime entre os judeus, conforme já dito. Mas não, Jesus foi enfático ao dizer que expulsava “pelo dedo de Deus”, definindo Ele mesmo sua obra de salvação.
Da mesma forma, o Novo Testamento, quando se refere ao Diabo, o faz sempre no viés soteriológico. Não existem grandes explicações acerca da natureza demoníaca, nem mesmo uma teoria a esse respeito. Os Santos Padres, porém, são unânimes em confirmar a existência dos demônios e passam a especular sobre a natureza deles. Eles baseiam-se principalmente nos livros apócrifos, o que acabou por gerar algumas explicações absurdas. Finalmente, na Idade Média, com Santo Tomás de Aquino, firmou-se um pensamento teológico especulativo bastante sólido acerca da natureza do Diabo e seus demónios e do modo como eles agem.
Ao abordar um tema que suscita reações tão adversas entre as pessoas, mas que, ao mesmo tempo compõe de maneira inequívoca o depósito da fé católica, pretende-se iluminar, com a luz da Igreja, o que foi obscurecido pelo medo e pelo desconhecimento. Falar de Satanás e de seus demónios implica antes e principalmente falar da salvação comprada ao preço do precioso Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo na cruz.

Demonologia

Demonologia banner iii
Nos dias de hoje, muitas pessoas se sentem desconfortáveis ou até mesmo amedrontadas quando o assunto é Satanás e os seus demónios. Qualquer menção, por menor que seja, sobre o Maligno faz brotar nas suas mentes uma série de representações cheias de terror. Já outras, provavelmente influenciadas pela literatura e pelo cinema, são atraídas pelo mistério que envolve o tema. Porém, uma coisa é certa, falar do demónio suscita as reações mais adversas entre as pessoas.
O conhecimento da existência e da ação de Satanás e seus demónios é essencial. Consciente desta necessidade será dado o ensinamento do Magistério da Igreja a respeito dessa verdade da fé.
Da existência do demónio à suas ações para perder as almas. Da tentação até a possessão, passando por todos os níveis dos ataques diabólicos. Do satanismo à feitiçaria. Enfim, de maneira sistemática, uma visão e um aprendizado valioso e de grande auxílio para o combate espiritual vivido por todo cristão.

A Não Perder!!
 
 
Terça-feira da 1ª semana da Quaresma
11-03-2014

Comentário do dia
São Cipriano (c. 200-258), bispo de Cartago e mártir
A Oração Dominical, 11-12 (trad. Breviário)

«Santificado seja o teu nome»
Caríssimos irmãos, devemos lembrar-nos e saber que, chamando a Deus nosso Pai, devemos proceder como filhos de Deus. […] Vivamos como templos de Deus, de modo que a nossa vida seja um testemunho da presença de Deus em nós. Não sejam indignas do Espírito as nossas acções. […] O santo apóstolo escreveu na sua epístola: «Não vos pertenceis a vós mesmos, porque fostes comprados por grande preço. Glorificai a Deus no vosso corpo» (1Cor 6,19).

Dizemos: «Santificado seja o vosso nome», não para exprimir o desejo de que Deus seja santificado com as nossas orações, mas para pedirmos ao Senhor que o seu nome seja santificado em nós. Aliás, por quem poderá Deus ser santificado, se é Ele próprio quem santifica? Mas, porque Ele disse: «Sede santos, porque Eu sou santo» (Lv 20,26), pedimos e rogamos para que, uma vez santificados no baptismo, perseveremos no que principiámos a ser. E isto pedimo-lo todos os dias.

Terça-feira da 1ª semana da Quaresma

Foto: Terça-feira da 1ª semana da Quaresma 
11-03-2014

Livro de Isaías 55,10-11. 
 
Assim fala o Senhor: «Assim como a chuva e a neve descem do céu não voltam para lá, sem terem regado a terra, sem a terem fecundado e feito produzir, para que dê semente ao semeador e pão para comer, 
o mesmo sucede à palavra que sai da minha boca: não voltará para mim vazia, sem ter realizado a minha vontade e sem cumprir a sua missão. 

Livro de Salmos 34(33),4-5.6-7.16-17.18-19.  
Enaltecei comigo o Senhor, 
exaltemos juntos o seu nome. 
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me, 
libertou-me de toda a ansiedade. 

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes, 
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha. 
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu, 
salvou-o de todas as angústias. 

Os olhos do Senhor estão voltados para os justos 
e os seus ouvidos estão atentos ao seu clamor. 
A ira do Senhor volta-se contra os malfeitores, 
para apagar da terra a sua memória. 

Os justos clamaram e o Senhor atendeu-os, 
e livrou-os das suas angústias. 
O Senhor está perto dos corações contritos 
e salva os espíritos abatidos. 

Evangelho segundo S. Mateus 6,7-15.  

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos. 
Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes.» 
«Rezai, pois, assim:'Pai nosso, que estás no Céu, santificado seja o teu nome, 
venha o teu Reino; faça-se a tua vontade, como no Céu, assim também na terra. 
Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia; 
perdoa as nossas ofensas, como nós perdoámos a quem nos tem ofendido; 
e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal.’ 
Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós. 
Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.»Livro de Isaías 55,10-11.
Assim fala o Senhor: «Assim como a chuva e a neve descem do céu não voltam para lá, sem terem regado a terra, sem a terem fecundado e feito produzir, para que dê semente ao semeador e pão para comer,
o mesmo sucede à palavra que sai da minha boca: não voltará para mim vazia, sem ter realizado a minha vontade e sem cumprir a sua missão.


Livro de Salmos 34(33),4-5.6-7.16-17.18-19.
Enaltecei comigo o Senhor,
exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

Os olhos do Senhor estão voltados para os justos
e os seus ouvidos estão atentos ao seu clamor.
A ira do Senhor volta-se contra os malfeitores,
para apagar da terra a sua memória.

Os justos clamaram e o Senhor atendeu-os,
e livrou-os das suas angústias.
O Senhor está perto dos corações contritos
e salva os espíritos abatidos.



Evangelho segundo S. Mateus 6,7-15.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos.
Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes.»
«Rezai, pois, assim:'Pai nosso, que estás no Céu, santificado seja o teu nome,
venha o teu Reino; faça-se a tua vontade, como no Céu, assim também na terra.
Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia;
perdoa as nossas ofensas, como nós perdoámos a quem nos tem ofendido;
e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal.’
Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós.
Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.»