quarta-feira, 9 de maio de 2018

Momento de reflexão

Quarta-feira da 6ª semana da Páscoa

Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego 
Catequeses, 33; SC 113

«Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará para a verdade plena»


A «chave do conhecimento» (Lc 11,52) é a graça do Espírito Santo, que é dada pela fé. Pela iluminação, ela produz um conhecimento muito real, e mesmo o conhecimento completo. Ela abre o nosso espírito fechado na obscuridade, muitas vezes com parábolas e símbolos, mas também com declarações mais claras. [...] Prestai pois muita atenção ao sentido espiritual da palavra. Se a chave não for adequada, a porta não se abrirá. Porque, como disse o Bom Pastor, «é a ele que o porteiro abre» (Jo 10,3). Mas, se a porta não se abrir, ninguém entra na casa do Pai, porque Cristo disse: «Ninguém vai ao Pai senão por Mim» (Jo 14,6). 

Ora, é o Espírito Santo quem primeiro abre o nosso espírito e nos ensina o que se refere ao Pai e ao Filho. Cristo disse-nos: «O Espírito da Verdade, que procede do Pai, e que Eu vos hei de enviar da parte do Pai, dará testemunho a meu favor, e guiar-vos-á a toda a verdade» (Jo 15,26; 16,13). Vede como, pelo Espírito, ou melhor, no Espírito, o Pai e o Filho Se dão a conhecer inseparavelmente. [...] 

Se chamamos ao Espírito Santo uma chave, é porque é primeiramente por Ele e n'Ele que o nosso espírito é iluminado. Uma vez purificados, somos iluminados pela luz do conhecimento. Somos batizados do alto, recebemos um novo nascimento e tornamo-nos filhos de Deus, como disse São Paulo: «O Espírito Santo intercede por nós com gemidos inefáveis» (Rom 8,26). E ainda: «Deus enviou aos nossos corações o Espírito que clama: "Abba, Pai"» (Gal 4,6). É por conseguinte Ele que nos mostra a porta, porta que é luz, e a porta ensina-nos que Aquele que habita esta casa é também luz inacessível.

Leituras do dia


09 de Maio de 2018
Quarta-feira da 6ª semana da Páscoa

Livro dos Actos dos Apóstolos 17,15.22-34.18,1. 
Naqueles dias, os que acompanhavam Paulo levaram-no a Atenas e voltaram em seguida, encarregados de transmitirem a Silas e a Timóteo a ordem de irem ter com Paulo o mais depressa possível. 
Um dia, Paulo, de pé no meio do Areópago, disse: «Atenienses, vejo que sois em tudo extremamente religiosos. 
Na verdade, quando eu andava percorrendo a vossa cidade e observando os vossos monumentos sagrados, encontrei até um altar com a inscrição: ‘Ao Deus desconhecido’. Pois bem: Aquele que venerais sem O conhecer, é esse que eu vos anuncio. 
O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe é o Senhor do céu e da terra. Não habita em templos feitos por mãos humanas, 
nem é servido pelas mãos dos homens, como se tivesse necessidade de alguma coisa. É Ele que a todos dá a vida, a respiração e tudo o mais. 
Criou de um só homem todo o género humano, para habitar sobre a superfície da terra, e fixou períodos determinados e os limites da sua habitação, 
para que os homens procurassem a Deus e se esforçassem realmente para O atingir e encontrar. Na verdade, Ele não está longe de cada um de nós. 
É n’Ele que vivemos, nos movemos e existimos, como disseram alguns dos vossos poetas: ‘Somos da raça de Deus’. 
Se nós somos da raça de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e engenho do homem. 
Sem olhar a estes tempos de ignorância, Deus fez saber agora aos homens que todos e em toda a parte se devem arrepender;
pois Ele fixou um dia em que há-de julgar o universo com justiça por meio de um homem que escolheu, e deu a todos motivo de crédito, ressuscitando-O de entre os mortos». 
Ao ouvirem falar da ressurreição dos mortos, alguns zombavam, mas outros disseram: «Havemos de te ouvir falar disto ainda outra vez». 
Foi assim que Paulo saiu do meio deles. 
No entanto, alguns homens juntaram-se a Paulo e abraçaram a fé: entre eles, Dionísio, o Areopagita, e também uma mulher chamada Dâmaris, e outros com eles. 
Depois disto, Paulo saiu de Atenas e foi para Corinto. 

Livro de Salmos 148(147),1-2.11-12ab.12c-14a.14bcd. 
Louvai o Senhor do alto dos céus, 
louvai-O nas alturas, 
Todos os seus anjos louvai-O, 
exércitos celestes louvai-O, 
sol e lua louvai-O, 
estrelas luminosas louvai-O. 

Reis e povos do mundo, 
príncipes e todos os juízes da terra, 
jovens e donzelas, 
velhos e crianças; 
e as crianças!  
Louvem todos o nome do Senhor, 

porque o seu nome é sublime, 
a sua majestade está acima do céu e da terra. 
Exaltou a força do seu povo: 
louvem-n’O todos os seus fiéis, 
os filhos de Israel, 
seu povo eleito. 

Evangelho segundo S. João 16,12-15. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora.
Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará para a verdade plena; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir.
Ele Me glorificará, porque receberá do que é meu e vos há de anunciá-lo.
Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso vos disse que Ele receberá do que é meu e vos há de anunciá-lo».