segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O Mal Real



+ Senhor, valei-nos no Juízo particular e no Juízo final! Tende piedade de nós!... # Amplie-me, por favor...Quando perguntaram a S. Jerónimo por que se retirou para uma gruta de Belém, a fim de viver como eremita penitente, ele respondeu:
«Condenei-me a esta prisão, porque temo o Inferno!»Um gigante de doutrina e santidade, como ele, temia o Inferno!
E nós, sem doutrina nem santidade, 
não nos preocupamos, nem queremos pensar no Inferno!
E assim demonstramos o que realmente somos:
pobres e insensatos!S. Paulo, arrebatado ao 3.º Céu, carregado de méritos, temia o facto de poder condenar-se. (cf. 1 Cor 9, 27)E nós, com uma frivolidade que amedronta, presumimos evitar o Inferno, sem méritos nem receios!
Aliás, chegamos até ao cúmulo de recomendar não dever-se falar do Inferno, com o falso pretexto dissoassustar ou traumatizar,
 não nos importando sequer o facto de Jesus, no Evangelho, ter falado tanto doInferno, não uma só vez, mas 28 vezes, pelo menos!Como sempre, cobardes que somos, gostamos muito de discursos alegres e doces, dum cristianismo fácil, com efeitos de falsos "hossanas e aleluias"...
«Fora daqui, malditos!»Esta é a terrificante condenação dos que morrem em pecado mortal.
«Estes irão para eterno suplício»
 (Mt 25, 46)."Irão", quer dizer: só vai para o Infernoquem quer ir!
Deus criou-nos a todos para o Paraíso, e dá-nos os meios para lá chegar, mas deixa-nos livres para aceitar, ou não, esses meios.O homem que os recusa, sabe, portanto, que voluntariamente perde o Paraíso e escolhe o Inferno.Deus quer que façamos tudo livremente, com plena responsabilidade.
Assim mesmo, não podemos queixar-nos de qualquerimposição ou injustiça de Deus, na exacta medida em que Ele respeita a liberdade total do homem.

Porém, quanta loucura, maldade e ingratidão, renunciar a Deus Santíssimo, perdendo a Glória eterna do Paraíso, para cair, deliberadamente, naquele abismo de horrores, o Inferno eterno, que é a moradia dos demónios!A visão de Deus, face a face, a união a Jesus e a Nossa Senhora, a companhia dos Anjos e dos Santos, perpetuamente...!A perda eterna desses bens infinitos constitui a "pena de dano" dos réprobos; ou seja, a pena mais horrível e pavorosa que possamos conceber.
Ademais, sendo verdade que, com o pecado mortal, crucificamos misticamente a Jesus, o Seu próprio Coração, 
«de quanto maior suplício não será digno aquele que, assim mesmo, calcar aos pés o Filho de Deus!» (Heb 10, 29).




NO FOGO DO INFERNO

No Inferno existe também a "pena do sentido", ou seja, o «fogo eterno» (Mt 18, 7), «que põe os danados como vítimas dos tormentos... dum fogo ardente» (Lc 16, 23-24).A Geena é a figura mais expressiva que Jesus usou para figurar o Inferno.
A Geena é um profundo vale, sobre um dos lados de Jerusalém.
Nesse vale, lançava-se todo o lixo da cidade, que era queimado num fogo contínuo.
O Inferno é como um depósito de lixo do Céu e da Terra:Nele foram precipitados todos os anjos rebeldes, assim como são lançados todos os homens imundos, perversos e corrompidos, mortos em pecado mortal!

Todos aí são queimados com 
«fogo inextinguível» (Mc 9, 44), e odiando a Deus por toda a eternidade.Verdadeiramente, «é terrível cair nas mãos de Deus vivo!» (Heb 10, 31).
Mas não poder-se-á dizer, talvez, que a pena eterna seja desproporcional às culpas do homem?
Não, porque «
na medida em que a recompensa está no mérito, assim também (na mesma proporção) a pena está na culpa» (S. Tomás de Aquino).Às boas acções corresponde o Paraíso eterno; assim como às más acções (pecados mortais) corresponde o Inferno eterno.Rico avarento que, durante a vida, tinha gozado somente de "lautos banquetes", pensando apenas em divertir-se; e o pobre Lázaro, que sempre suportara em paz as próprias desventuras, deixando até que os cachorros lhe"lambessem as feridas", fazem-nos compreender, bastante bem, a diversa e oposta sorte eterna que caberá, justamente, aos homens maus e bons. (Cf. Lc 16, 19-31)



MUITOS CONDENAM-SE !

Em Fátima, a Virgem Imaculada não hesitou em mostrar o Inferno aos três Pastorinhos, a 13 de Julho de 1917.
E Lúcia descreveu aquela terrível visão, como melhor podia, com estas palavras:
«Vimos como que um mar de fogo, dele emergindo os demónios e as almas, como carvões pretos e transparentes, ardentes e em forma humana, flutuando entre muito fumo, como as faíscas nos grandes incêndios, caindo para todos os lados sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero, que aterrorizavam e faziam desmaiar de medo...!»«Viram o Inferno - disse Nossa Senhora -, para onde vão as almas dos pobres pecadores!
Para salvá-las, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração»...
E, na aparição de mês Agosto, Ela exortou e revelou:«Rezai muito e fazei penitência pelos pecadores, pois vão muitas almas para o Inferno, por não terem quem reze e se sacrifique por elas!»Reflictamos seriamente nestas palavras deNossa Senhora, unindo-nos fortemente ao seu Imaculado Coração, tendo bem radicado em nós o empenho de viver sempre na Graça de Deus, prontos a tudo sofrer para não cometermos nenhum pecado mortal.«Não temais os que matam o corpo, mas que não podem matar a alma. Temei, antes, Aquele que pode lançar a alma e o corpo na Geena» (Mt 10, 28).Se os homens pensassem seriamente nestas Palavras de Jesus, agindo em conformidade, quem seria condenado? Ninguém!



COMO MORRE UM 'RÉPROBO'

+ Amados Jesus, José e Maria, assisti-nos na última agonia!S. Clemente Hofbauer, apóstolo de Viena, foi visitar um moribundo não crente, sendo recebido com este insulto:«Vai para o diabo, frade! Vai-te embora!»"Antes disso, quero ver como morre um pecador arrependido!"-- respondeu o Frade.Com estas palavras, o moribundo pôs-se a pensar, ficando silencioso...S. Clemente invoca Maria, com ardor.
Logo depois, o moribundo chora e exclama: 

«Padre, perdoai-me! Aproximai-vos!».


Ele confessa-se, banhado em lágrimas, e morre invocando Maria, Refúgio dos pecadores.
"A Misericórdia de Maria salva um grande número de infelizes que, segundo as leis da Divina Justiça, iriam ser condenados".
Confiemos n'Ela, então, com toda a esperança!

 


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